Ribeirão Preto, 04 de Janeiro de 2025

Glaucoma


O que é Glaucoma?

Glaucoma é uma doença causada por múltiplos fatores e que vai gradualmente roubando a visão sem qualquer aviso e freqüentemente sem nenhum sintoma. A perda da visão é causada pela lesão continuada ao nervo óptico. Esse nervo funciona como um cabo de TV com mais de 1.000.000 de fios, e é responsável por levar as imagens que o olho vê para o cérebro.

Antigamente pensava-se que a pressão intra-ocular (PIO) elevada era a única causa da lesão ao nervo óptico. Hoje sabemos que apesar da pressão do olho ser o principal fator de risco, existem outros fatores envolvidos, já que até mesmo pessoas com PIO consideradas normais podem apresentar perda de visão pelo glaucoma.


Existe Cura?

Atualmente, não existe cura para o glaucoma. Assim como a diabetes e a hipertensão arterial, o glaucoma é uma doença crônica que deve ser tratada a vida toda. Com o tratamento contínuo, a progressão da lesão ao nervo óptico pelo glaucoma é suspensa, e dizemos que o glaucoma está controlado.

Nos últimos anos muita coisa está acontecendo no campo de pesquisa do glaucoma que nos torna esperançosos a respeito de novos tratamentos, neuroproteção e neuroregeneração.


Sintomas

Na maior parte dos casos (glaucoma de ângulo aberto) a elevação da pressão intra-ocular é gradual e o paciente não tem sintomas até que grande parte do nervo e do campo de visão estejam comprometidos. Em glaucomas agudos, o paciente pode experimentar dor ocular intensa, visão borrada, dor de cabeça, náuseas e até vômitos. Essa é uma emergência ocular e o paciente deve procurar auxílio médico o mais rápido possível.


Glaucoma O Glaucoma em estágio avançado pode ser muito destrutivo para a sua visão.

Quais os fatores de Risco?

Todo mundo pode desenvolver glaucoma, no entanto, pessoas com mais de 60 anos têm 6 vezes mais chances de desenvolver glaucoma do que os mais jovens. O fato é que existem outros fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma, além da pressão intra-ocular e da idade. Os mais importantes são:
- Miopia.
- História familiar de glaucoma: aumenta em 6 vezes o seu risco de desenvolver glaucoma
- Uso de corticóides em forma de colírios ou sistemico, por períodos prolongados, está relacionado à hipertensão ocular e ao glaucoma de ângulo aberto.
Além destes, temos ainda como fatores de risco para o desenvolvimento de glaucoma a história de trauma ocular, a anemia severa e a enxaqueca crônica.

Se você apresenta um ou mais destes fatores, significa que o seu risco de desenvolver glaucoma é maior do que o normal e, portanto, precisa fazer exames periódicos para detectar sinais precoces de dano ao nervo óptico.


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Tipos de Glaucoma:

Glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) Essa é a forma mais comum de glaucoma, afetando de 1,8 a 3 milhões de brasileiros. Acontece quando o canal de drenagem do olho torna-se entupido com o passar do tempo.

O olho está continuamente produzindo um fluido que o preenche, o humor aquoso. Quando a produção do fluido é maior do que a sua drenagem, a pressão intra-ocular se eleva da mesma forma como uma pia com o ralo entupido e a torneira aberta se enche de água. Na pia, a água pode transbordar, mas no olho a pressão aumenta e passa a comprimir as estruturas do olho, danificando o nervo óptico.

A maioria das pessoas com GPAA não tem sintomas, e se um exame preventivo não for realizado pelo oftalmologista, a doença passa despercebida, desenvolvendo-se lentamente e causando perda progressiva e silenciosa da visão por muitos anos. É uma doença que responde bem ao tratamento, especialmente se for diagnosticada precocemente e controlada.

Glaucoma de ângulo fechado
Esse tipo de glaucoma é também conhecido como glaucoma agudo ou glaucoma de ângulo estreito.
Ocorre quando o canal de drenagem do olho torna-se subitamente totalmente obstruído, como quando colocamos uma tampa no ralo da pia. É mais raro e muito diferente do GPAA, pois a pressão intra-ocular sobe rapidamente a níveis bastante elevados.

O glaucoma de ângulo fechado pode manifestar-se com forte dor de cabeça, dor ocular, enjôos, halos e arco-íris ao redor de luzes, e visão borrada. É uma situação de emergência ocular, e o seu oftalmologista deve ser contactado imediatamente.

Glaucomas secundários
O glaucoma pode ocorrer como o resultado ou seqüela de um trauma ocular, inflamação, tumor ou em casos avançados de catarata e diabetes. Também pode ser causado pelo uso de certos medicamentos como corticóides (cortisona). Existem ainda outros tipos de glaucoma mais raros, como por exemplo os causados pela má-formação do canal de drenagem do olho, ou pela exfoliação da cápsula do cristalino.

Os glaucomas secundários podem ser leves ou severos, e o tipo de tratamento depende se são do tipo ângulo aberto ou fechado.


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Exames diagnósticos

O check-up regular para glaucoma inclui testes de rotina, como a tonometria (medida da pressão) e a oftalmoscopia (fundo de olho), e testes específicos, realizados quando existe a suspeita de glaucoma, como a gonioscopia, a perimetria (campo visual), a análise da camada de fibras Nervosas GDx e a tomografia de nervo óptico - OCT.

Ë muito importante ter seus olhos examinados regularmente para excluir a possibilidade de glaucoma. Esses testes devem idealmente ser realizados aos 35 e 40 anos, sendo repetido a cada 2 anos até os 60 anos, e então, anualmente. As pessoas que tem algum fator de risco, devem ser examinadas a cada 1 ou 2 anos a partir dos 35 anos.

Tonometria
A tonometria mede a pressão intra-ocular. Para realizar o exame, geralmente é utilizado um colírio anestésico e um corante. O médico então utiliza um aparelho especial que mede a pressão do olho.

Oftalmoscopia
A oftalmoscopia é o exame que permite a visualização das estruturas de dentro do olho, principalmente o nervo óptico. Em uma sala com baixa luminosidade, o médico utiliza um oftalmoscópio ou uma lente de aumento especial para examinar o aspecto e a cor do nervo óptico.



Perimetria
O teste de perimetria é também chamado campimetria ou campo visual. Durante este teste você precisa olhar em frente e indicar apertando um botão todas as vezes que vir uma luz no seu campo de visão. Esse teste permite que seja feito um mapa da sua visão.



Gonioscopia
Este é um teste indolor que avalia se o ângulo onde a íris e a córnea se encontram no interior do olho está amplo ou estreito, mostrando se o glaucoma é de ângulo aberto ou fechado.



Tomografia / Imagem computadorizada
Existem algumas formas de se obter uma imagem digital do nervo óptico. O GDx (Scanning Laser Polarimetry), por exemplo, utiliza um feixe de laser para fazer uma varredura do fundo de olho permitindo também a medida da espessura da camada de fibras nervosas ao redor do nervo óptico.


Camada de Fibras
Nervosas (CFN) saudável
- Lesão moderada da CFN
- Dano severo à CFN


O OCT (Optical Coherence Tomograph) é o aparelho mais moderno no mercado para análise da retina e nervo óptico, permitindo a visualização das camadas retinianas como num corte histológico, no que chamamos biópsia óptica. Também é importante para o estudo do nervo óptico e quantificação da camada de fibras nervosas.


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Tratando o Glaucoma

Atualmente, não existe cura para o glaucoma. Assim como a diabetes e a hipertensão arterial, o glaucoma é uma doença crônica que deve ser tratada a vida toda.
O glaucoma pode ser tratado com colírios, laser, cirurgia e, em alguns casos, todas essas opções. O seu oftalmologista é quem vai decidir qual é a melhor opção de tratamento no seu caso.

Colírios
São a maneira mais freqüente de se tratar o glaucoma, e devem ser usados diariamente e de forma continuada. Em alguns casos necessitamos prescrever comprimidos por curtos períodos de tempo. Os colírios podem ser trocados de acordo com a resposta de cada paciente e com o tipo de glaucoma.

Laser (trabeculoplastia a laser)
Realizada quando os colírios não são capazes de controlar sozinhos a pressão intra-ocular e a perda do campo de visão. Em muitos casos os colírios necessitam ser continuados mesmo após o laser. A trabeculoplastia é um procedimento realizado no consultório e não necessita anestesia local.

Cirurgia
A cirurgia do glaucoma é geralmente indicada quando os colírios e a trabeculoplastia falharam em diminuir suficientemente a pressão intra-ocular e a deter a progressão da perda visual. Na cirurgia de trabeculectomia, um novo canal de drenagem para o fluido intra-ocular é criado. Outro tipo de cirurgia que pode ser indicado é o implante de uma válvula de drenagem, com o mesmo objetivo.

Em glaucomas avançados ou complicados, pode ser indicado a realização de uma ciclofotocoagulação com um laser especial (Diodo) para diminuir a produção do fluido intra-ocular de maneira definitiva. (saiba mais sobre o laser diodo vermelho).


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Com a manutenção da pressão intraocular abaixo dos valores de risco para cada paciente, a progressão da lesão ao nervo óptico pelo glaucoma é suspensa, porém perda visual que já ocorreu não pode ser recuperada:
O tratamento adequado e o acompanhamento criterioso pode salvar a visão que ainda não foi comprometida!


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